quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Gargalhada

Quando atravessou o portão, Adolfo deu uma gargalhada, ao entrar no escritório, mais uma vez sorriu com vontade. Quando soube que Mário havia sido promovido em seu lugar, não conteve outra explosão de alegria. Ao saber da notícia de que Ana havia sido demitida e que Lígia continuava na empresa, ele gargalhou novamente. Ao ser informado que perderam uma concorrência por negligência do diretor, sorriu sem medo. Quando descobriu que diversos clientes haviam cancelado o contrato, pois estavam insatisfeitos com os serviços prestados pela empresa, arreganhou os dentes numa alegria sincera.
Ludovico era um dos seus colegas de trabalho e este testemunhara todos os acessos de riso. Antes de terminar o expediente, questionou Adolfo por essas estranhas manifestações de alegria.
- Você já tem outro emprego? – perguntou.
- Não – respondeu Afredo. – Por que?
- Mário não merceia ser promovido, não conhece bem a empresa, nem é especialista no ramo. Ele falta muito, não produz o necessário e nem é querido entre os colegas...
- É verdade – concordou Adolfo.
- Ana era uma excelente funcionária, todos ficamos sentidos com a sua demissão – continuou Ludovico – Lígia não faz nada, anda de uma lado para o outro a matar o tempo e não sabe trabalhar em equipe.
- Concordo e sinto também por Ana.
- O diretor foi escolhido por bajular o presidente, nunca contribuiu de forma positiva com a empresa e tem empregado aqui os seus amigos pessoais independentemente de possuírem as qualidades necessárias aos cargos ou não. Ele tem deixado a desejar na direção da empresa e não é primeira vez que perde concorrência por falta de empenho. O nosso presidente tem outra empresa maior, está completamente mergulhado no mundo político e não está se importando muito com o que acontece aqui. A nossa receita diminui a cada dia e estamos caminhando para a falência graças à incompetência administrativa que temos aqui. 
- Você tem razão.
- Então porque você morre de rir diante de todos os acontecimentos? – Perguntou Ludovico.
- É simples. Eu percebo a cada dia que a vida é muito mais do que tudo isso. E essas pessoas não têm poder de tirar a minha felicidade – e gargalhou mais uma vez.
Aberio Christe

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